16 de mai. de 2013

Sasha Grey quer ser mais do que uma estrela porno

Sasha Grey: confissões de uma mulher que quer ser mais do que uma estrela porno

Entrevista com a atriz Sasha Grey do filme de Soderbergh 

Sasha Grey quer ser mais do que uma estrela porno Aos 18 anos começou a fazer filmes para adultos, aos 21 estreou-se no cinema convencional pela mão de Steven Soderbergh.

Actualmente já tem outros títulos em Hollywood, já passou pela televisão, é activa na internet e tem uma produtora pornográfica.
O filme "Confissões de uma Namorada de Serviço" deu a Sasha Grey uma oportunidade no chamado cinema convencional.

Ela interpreta a personagem Chelsea, uma espécie de acompanhante de luxo, que cobra 2 mil doláres por hora, mas não se limita a dar sexo ao clientes. É também uma ouvinte dos problemas que eles enfrentam, uma companhia para jantar ou para o cinema.

A maior semelhança entre a personagem e a actriz é a capacidade de serem totalmente independentes, donas do seu destino e focadas nos objectivos. Sasha Grey, conhecida actriz de filmes pornográficos, tem o perfil de mulher decidida, e por isso não espanta ouvi-la dizer que foi para o cinema pornográfico para mudar o meio.

É preciso fazer mais do que apontar uma camara a duas pessoas, isso é apenas filmar pessoas a ter sexo, e o cinema pornográfico pode ser mais do que isso - é a avaliação simples e directa feita por Sasha Grey no inicio de uma conversa durante o Estoril Film Festival em 2009.

A actriz nas capas da revista Playboy, de um filme hardcore e promovendo o filme de Steven Soderbergh durante o Festival de Tribeca Na Europa há menos preconceito com as estrelas porno. Toda a gente sabe que os americanos gostam de violência e os europeus gostam de sexo.

" Em 2009, já tinha planos para abrir uma produtora que pudesse dar outra perspectiva ao cinema para adultos. No tempo que se seguiu deitou mãos ao trabalho, para explorar um outro filão, em que o sexo pode ser hardcore, mas tem de existir mais erotismo. Mais próximo do que se faz na Europa, diz Sasha Grey, assumindo que os franceses, por exemplo, têm esta receita desde sempre.

O facto de ser procurada pela imprensa para falar da experiência no filme de Steven Soderbergh não lhe causa ansiedade, nem constrói uma falsa imagem de sucesso. Para Sasha Grey, os jornalistas estão interessados no su(sexo) que ela personifica, mas é possível que alguns possam descobrir que é apenas uma mulher, com ideias e capacidade.

No cinema experimental não há respostas erradas Admite que rodagem foi stressante, porque é uma actriz metódica, viciada em tomar notas e escrever sobre tudo o que vai fazer, ou o que está a acontecer. O trabalho com Steven Soderbergh não foi diferente e por isso a personagem Chelsea foi escrevinhada em notas depois partilhadas pela actriz com o realizador.

Num filme que demorou apenas duas semanas com um elenco não profissional, os riscos foram ainda maiores. Mas a actriz remata com a ideia de que é também muito libertador. É impossível errar, quando se está a trabalhar na base do improviso.

Depois de "Confissões de uma Namorada de Serviço", Sasha Grey voltou á industria pornográfica, onde tem uma colecção de mais de 200 filmes. Mas definitivamente já deixou marcas para fazer caminho no cinema convencional.

Dirigiu e produziu dois filmes, fez parte do elenco de três longas metragens e da série televisiva "A Vedeta". Ainda este ano deverá começar um novo projecto, que está em fase de pré produção, "Inferno: A Linda Lovelace Story" sobre a protagonista de "Garganta Funda", o mais conhecido filme pornográfico de todos os tempos.